29 abril 2015

Afinal de que falo eu?


Conto "histórias" de recordações baralhadas na minha memória, pequenos fragmentos de verdades monocromáticas a que acrescento algumas pinceladas de cor.

Algumas são negativos de acontecimentos que se gravaram na minha alma como parte do meu ser.
Umas inexistentes no mundo real, são realidades da minha ilusão e que de tão "verídicas" ia jurar que lhes senti o sabor.
Tantas outras pertencem a alguém que não eu e que tão pouco conheço.

Sem moral.

São desprovidas de julgamentos, completamente livres para subsistirem por si mesmas e viverem perdidas no tempo e no espaço.

Em comum têm a paixão que lhes foi injectada na hora da criação e o agradecimento por viverem através de mim.

Adormecidas pela inércia da vida, bélicas pela convulsão desenfreada de estarem vivas.

Sempre minhas, por mim e para Ti!
Para ti que me lês e me tentas decifrar pelas palavras que contradizem o meu ser.

- E afinal quem sou eu?
  Sou as palavras que aqui escrevo ou os gestos que vês?

Aqui falo de "histórias" tão minhas... tão tuas... tão nossas.
Aqui invento verdades irrefutáveis de qualquer razão superior ou lógica.
Aqui deixo os pensamentos desvairados e as paixões eternamente fugazes.
Aqui escrevo sobre nós, da união perfeita da loucura com a sanidade.

- E afinal de que falo eu?


Dєiα ツ

Breve Demais!



Algum dia há-de nascer o sol de modo diferente.
Será da cor e quente como o sangue que me pulsa nas veias. 
Nesse dia em alguma parte, algo vai mudar, para nunca mais voltar.
E nesse dia vais dar conta de como a vida é breve.
Breve demais para ter medos.


- Sabes do que tenho saudades?
  Das noites na praia, das fogueiras e da viola!
  Lembraste?
"Rompi eu as minhas calças
Esfolei mãos e joelhos
E tu reduziste o acordo
A um montão de cacos velhos"

Rui Veloso - O Prometido é Devido


- Íamos pegar fogo ao mar e acabamos queimados.
  Queimados pela brincadeira inocente do toca e foge.
  Ainda sinto o cheiro do mar e do teu corpo.

"Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão
Mas nunca
Me esqueci de ti
Não, nunca me esqueci de ti"

Rui Veloso - Nunca me Esqueci de ti



O que nos mudou foi o tempo e a saudade, o que me mudou foi a vida, o que te mudou foi a minha incapacidade de ficar.

E quando algo correu mal, fora dos planos do universo, fomos arremessados para a montanha russa da vida.

Afastados como duas crianças birrentas de discutiram pela partilha da bola ás riscas. 

 Ainda assim vou sorrir e dizer-te que gosto de ti como gosto das noites de Verão e dos finais de tarde de Domingo.



Dєiα ツ

28 abril 2015

Gosto da maldade!




Gosto de palhaços, mas não desses palhaços de circo.
Gosto de palhaços, daqueles com ar maléfico e dentes pontiagudos.
Gosto de risadas, mas não de risadas doces.
Gosto de risadas, daquelas malignas e com sortilégio.

Gosto de frontalidade e de sinceridade.
Detesto a condescendência e a complacência.
Gosto de verdades cruéis e da sinceridade mordaz.
Detesto os pobres de espírito e simplórios.

Gosto da maldade!
A maldade é pura não se finge!       

                                                                                                                                               Dєiα ツ